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Wanderlei Barbosa retorna ao cargo de governador do TO após três meses afastado por suspeita de desviar dinheiro de cestas básicas

Wanderlei Barbosa retorna ao cargo de governador após liminar de ministro do STF O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, por me...

Wanderlei Barbosa retorna ao cargo de governador do TO após três meses afastado por suspeita de desviar dinheiro de cestas básicas
Wanderlei Barbosa retorna ao cargo de governador do TO após três meses afastado por suspeita de desviar dinheiro de cestas básicas (Foto: Reprodução)

Wanderlei Barbosa retorna ao cargo de governador após liminar de ministro do STF O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, por meio de uma liminar, o retorno de Wanderlei Barbosa (Republicanos) ao cargo de governador do Tocantins. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (5) e ainda deverá ser referendada pela segunda turma do STF. A liminar revoga o afastamento determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tinha prazo de 180 dias. O governador estava afastado há três meses, por suspeita de desvio de recursos públicos em contratos para compra de cestas básicas na pandemia de Covid-19. Na época, a primeira-dama Karynne Sotero também foi afastada do cargo, mas o retorno dela não é mencionado na liminar. A decisão do ministro foi no âmbito de um pedido de Habeas Corpus apresentado por Wanderlei. "[...] defiro medida liminar, para suspender, até o julgamento deste writ [do pedido], a medida cautelar de afastamento do cargo de Governador de Estado determinada pelo Superior Tribunal de Justiça e, em consequência, a medida cautelar de proibição de acesso ou frequência aos edifícios oficiais", afirmou o ministro Nunes Marques. 📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 TO no WhatsApp As informações foram confirmadas pelo advogado de defesa. Em nota, a defesa do governador Wanderlei Barbosa disse que "recebe com serenidade a decisão emanada do Supremo Tribunal Federal proferida na data de hoje, a qual viabiliza o seu retorno ao cargo para o qual foi legitimamente eleito". Conforme a decisão do ministro, o afastamento causa impacto na continuidade da Administração Pública às vésperas de ano eleitoral, "gerando grave instabilidade política e jurídica". Segundo ele, o afastamento de um chefe do poder executivo exige fundamentação robusta e demonstração inequívoca de necessidade, além disso, a Procuradoria-geral da República se manifestou contrária ao afastamento durante o curso do processo. LEIA MAIS Desvios milionários, cestas básicas e propina: o que se sabe sobre a operação que afastou Wanderlei Barbosa e primeira-dama Decks de madeira, varandas e luxo: veja imagens de pousada que teria sido construída com dinheiro de cestas básicas, segundo a PF Também apontou que os indícios apurados pela polícia não se mostram "contemporâneos à medida cautelar de afastamento". "Além disso, os elementos indiciários recolhidos pela Polícia Federal não demonstraram a existência de risco concreto à aplicação da lei penal ou à ordem pública quando determinado o afastamento cautelar do paciente", afirmou Nunes Marques. Wanderlei Barbosa é governador do Tocantins Antônio Gonçalves/Governo do Tocantins Vice-governador ocupou cargo Após o afastamento de Wanderlei Barbosa, o vice Laurez Moreira (PSD) assumiu o cargo de governador do Tocantins. Sua primeira medida foi exonerar todos os secretários do primeiro escalão da gestão estadual. Logo depois, o vice suspendeu um contrato firmado com uma empresa de táxi aéreo para o fornecimento de um avião que era usado para viagens pelo governador afastado, Wanderlei Barbosa. O g1 tenta contato com Laurez Moreira. Afastamento em setembro Wanderlei Barbosa e a primeira-dama foram afastados no dia 3 de setembro de 2025. A decisão foi do ministro Mauro Campbell, do STJ, mas depois foi referendada pela Corte Especial do órgão. Os dois são suspeitos de desvios de recursos públicos realizados em 2020 e 2021, momento em que foi declarado estado de emergência em saúde pública por conta da pandemia de Covid-19. Na época, Wanderlei seria o responsável pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), órgão que recebia os recursos que iriam ajudar a população durante a pandemia. Segundo a PF, Wanderlei Barbosa teria mantido um esquema de desvios através de contratações ilícitas. As investigações apontam que Karynne teria intermediado as contratações, atuado na organização da parte documental, no cumprimento dos requisitos necessários ao recebimento de recursos públicos, e tomou ciência da distribuição das vantagens indevidas previamente combinadas. A Polícia Federal investiga crimes de frustração ao caráter competitivo de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de capitais e formação de organização criminosa. Alvo de operação durante afastamento Wanderlei Barbosa foi alvo novamente da Polícia Federal no dia 12 de novembro de 2025, suspeito de tentar atrapalhar as investigações da Operação Fames-19 sobre o desvio de cestas básicas durante a pandemia. Na época foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins. A PF identificou indícios de que alguns investigados teriam se prevalecido de seus cargos e utilizado veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse da investigação. Isso causou embaraço às investigações, que ainda se encontram em curso e tramitam sob sigilo na Corte Especial do STJ. No dia em que a operação foi deflagrada, os policiais que foram até a casa de Wanderlei cumprir os mandados encontraram as luzes acesas em um dos quartos e uma televisão ligada. O aparelho celular, segundo a polícia, apresentava sinais de ter sido “resetado”, com o sistema restaurado para as configurações de fábrica. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.